quarta-feira, 30 de abril de 2008

A Reforma Religiosa em Portugal ou História dos Evangélicos em Portugal (Parte XI)

Igrejas Acção Bíblica

O movimento denominado Acção Bíblica, teve o seu inicio na Figueira da Foz, em resultado do evangelista João de Oliveira Coelho, que era dos congregacionais da Figueira da Foz e não aceitara o presbiterianismo que assumira a liderança de alguns trabalhos congregacionais do país.

João de Oliveira Coelho, convida a Escola Bíblica de Genebra (Acção Bíblica) a enviar um obreiro para a Figueira da Foz, o que aconteceu em 1923. O ministro enviado foi Samuel Mathez. Outros nomes deste movimento são Pierre Dubois, Pierre Mathez e Robert Spichinger, etc.

Eis, em síntese, o que foi o começo de cada uma destas Igrejas Evangélicas implantadas em Portugal, desde o ano de 1641 a 1923.

António Costa Barata
Amora, 26 de Janeiro de 2001

quarta-feira, 23 de abril de 2008

A Reforma Religiosa em Portugal ou História dos Evangélicos em Portugal (Parte X)

Igrejas Assembleias de Deus Pentecostais

Estamos em 1903, José Plácido da Costa (1869-19665) estava emigrado no Brasil desde 1901. É natural de Valezim – Beira Alta. Levado a Jesus Cristo em 1903, pelo então colportor da Sociedade Bíblica Brasileira, João Jorge de Oliveira, seria baptizado na Igreja Baptista nesse mesmo ano.

Em 1907, José Plácido da Costa poderia dizer como Josué: Eu e a minha casa servimos ao Senhor!

Nos fins de 1910, não só Plácido com sua família e outros membros da Igreja Baptista de Belém do Pará, aderem à doutrina glossolálica, e foram excluídos em bloco.

No ano de 1911 organizam a Missão de Fé Apostólica e, no ano de 1918, com uma nova casa de oração, mudam o nome para Assembleia de Deus Pentecostal.

Em Abril de 1913, Plácido da Costa vem a Portugal com intenção de entregar a mensagem evangélica. No mês seguinte, baptizou a primeira crente pentecostal em território português.

Em abono da verdade, quem realizou o baptismo foi o evangelista Sales, o que realizou a campanha em Cabo Verde, em 1914.

De 1913 a 1919, a obra de Deus através de José Plácido da Costa, não cresceu muito.

No ano de 1919 falecia a sua única filha, sentido Plácido da Costa que deveria consagrar totalmente a sua vida à evangelização. Se bem o pensou, bem o realizou, ainda que por poucos anos.

João Jorge de Oliveira, ministro baptista, quem no Brasil levou Plácido a aceitar Jesus Cristo como único e suficiente salvador, como já o disse, aceita a colaboração de Plácido, que se fixa na cidade do Porto.

Depois, pastoreou a igreja baptista de Viseu e, no ano de 1922, encontrava-se em Tondela.

A Assembleia de Deus Pentecostal, em Belém do Pará, em 1921, enviou outro obreiro para Portugal, de nome José Matos Caravela, que foi encontrar-se com Plácido em Tondela. Caravela não gostou de vê-lo trabalhar com quem não estava de acordo.

Matos acaba por fundar, em meados de 1922, a Assembleia de Deus Pentecostal, em Tondela. Os irmãos Baptistas fizeram uma grande campanha contra eles e Matos acabaria por fechar o trabalho e rumar para Portimão – Algarve, em 1924.

Plácido deixou os Baptistas, voltou a Valezim e, durante uns anos, trabalhou nas suas corelas até que, em 1927, voltou a emigrar para a Argentina, depois para a Baía (no Brasil) e, por fim, chegou a Belém do Pará, onde foi informado de que já estava fundado o trabalho pentecostal no Porto, cujo organizador foi Daniel Berg, sueco e que era um dos fundadores da obra pentecostal no Brasil.

Plácido voltou do Brasil em fins de 1934, indo para o Porto dar colaboração a Daniel berg (1894-1963) e Augusto Holger Maustrtz Baeckstroem (1904-1964). Este sucedeu a Berg entre 1934 e 1939, mas desde 1935 que Plácido da Costa era o presidente da Junta, já que a lei portuguesa não autorizava que um estrangeiro fosse o presidente. Em 1939, Plácido assumia o pastorado que manteria até 1954, ano em que se aposentou.

Lisboa viu a inauguração da sua primeira sede a 13 de Maio de 1934, com a celebração do seu primeiro serviço de baptismo, cujos candidatos eram todos de Évora.

O ministro que organizou a Igreja de Lisboa foi o sueco Jack hardstedt (1895-1973); o seu sucessor foi Samuel Nystrom e logo depois Tage Stahlberg (1902-1980) onde, pela mesma razão do que aconteceu no Porto, o ministro Alfredo Rosendo Machado foi o primeiro presidente da Junta. Também outro ministro sueco, o missionário Eric Emgard, deu muita da sua vida e da vida dos seus familiares à obra em Portugal.

Sem dúvida alguma, estes dois servos de Deus com uma plêiade de outros jovens portugueses, não só fizeram prosperar a obra de Deus na Grande Lisboa, como no país inteiro. Eis nomes como: Durval Correia, António Rodrigues da Silva, João Sequeira Hipólito e outros mais.

Amadora teve a sua primeira casa de oração em 1942, cujos fundadores foram o Dr. Colin Monypenn Bowker e sua esposa Margarida Bowkerm que organizaram várias igrejas, a saber, as de Mafra, Malveira, Buraca, Pontinha e outras, na linha oeste. O casal Bowker foi pioneiro na Beira Baixa, onde estabeleceu trabalhos na Covilhã, Castelo Branco, Fundão, Quintães e tantas outras localidades.

Coimbra foi o resultado de um reavivamento nas igrejas dos Irmãos, iniciado por um irmão vindo do Brasil e, para consolidar o trabalho que ficou, foi ali o ministro evangélico José Cunha Oliveira Pessoa, isso no ano de 1963, depois de outros ministros pentecostais ali terem ido dar colaboração.


António Costa Barata
Amora, 26 de Janeiro de 200

terça-feira, 22 de abril de 2008

A Reforma Religiosa em Portugal ou História dos Evangélicos em Portugal (Parte IX)

Igrejas do Nazareno

O ministro evangélico Francisco Xavier Ferreira, Nazareno, conta-nos, em 1972, como começou a Igreja Evangélica do Nazareno, de feição pentecostal: Data dos fins do ano de 1800 o começo da obra evangélica da Ilha Brava, porem, só em 1901 se organizou a primeira igreja, de feição pentecostal. Foi o ministro evangélico cabo-verdiano João José Dias que, nos E.U.A., aceitara a mensagem pentecostal. Anos depois, a Igreja do Nazareno achou por bem, da sua denominação, o título de pentecostal.

Pode dizer-se, historicamente, que os primeiros pentecostais portugueses existiram primeira na Ilha Brava, em Cabo Verde.

No ano de 1914, ali se deslocou o evangelista Sales que, em espaços públicos, realizou campanhas de evangelização com êxito.

Nos anos trinta, ali foram entregar a Palavra de Deus, não só José Ilídio Freire, como também Eduardo Henriques Moreira. Este ajudou muito a juventude e auxiliou a organizar a Biblioteca Evangélica em Cabo Verde.

O ministro fundador da obra de Deus, João José Dias, trabalhou nesta paragens entre 1901 e 1936, ano em que, velho e doente, se aposentou, sendo na altura substituído pelo casal D. Garnet e Rev. Everette D. Hward.

No continente português só depois de 1973 se começam a implantar estas igrejas e já são várias as que, desde então, se implantaram em Portugal.

António Costa Barata
Amora, 26 de Janeiro de 2001

domingo, 20 de abril de 2008

120 anos de Baptistas em Portugal

Passam 120 anos em 2008 do estabelecimento da primeira igreja baptista em Portugal, mais concretamente na cidade do Porto. Foi no dia 6 de Setembro de 1888 que Joseph Charles Jones (1848-1928) organiza uma comunidade baptista de comunhão aberta. Antecipando a data, a Convenção Baptista Portuguesa vai assinalar o acontecimento por ocasião da realização da sua 77.ª Assembleia Geral que vai decorrer no Porto de 24 a 26 de Abril.

D. Luís César Rodrigues Pereira (1908-1984)


É comemorado no próximo dia 25 de Abril o centenário do nascimento do bispo D. Luís César Rodrigues Pereira, sendo as comemorações oficiais organizadas pela Igreja Lusitana e pelo município de Vila Franca de Xira.

D. Luís Pereira foi, em 1962, depois de D. António Ferreira Fiandor (1884-1970), o segundo bispo sagrado da Igreja Lusitana, tendo ocupado plenamente a função episcopal até à sagração de D. Fernando da Luz Soares em 1980. A sua acção pastoral foi reconhecida dentro da sua igreja e fora dela, no contexto das décadas de 60 e 70, perante o desafio das primeiras iniciativas ecuménicas no nosso país e no período de estabelecimento de acordos formais dos episcopais portugueses com a Igreja Episcopal dos Estados Unidos (1961), com as Igrejas (anglicanas) de Inglaterra e da Irlanda (1963) e com os bispos da União de Utreque (Comunhão Velho-Católica), em 1965. Médico de profissão e estudioso de assuntos litúrgicos, o prelado lusitano acompanhou também o crescimento e revigoramento do episcopalismo português em meados do século XX. Membro da igreja evangélica de Vila Franca de Xira (fundada por José Ilídio Freire), de que veio a tornar-se responsável, aproximou-se em 1948 da Igreja Lusitana, na qual fez ingressar a sua igreja e as missões que apoiara em Salvaterra de Magos e Castanheira do Ribatejo (1951-1952). D. Luís foi ordenado diácono em 1949 e presbítero em 1950 por John Gregg, arcebispo de Armagh e primaz da Igreja da Irlanda (episcopal).

O Pioneiro junta-se à Igreja Lusitana e à paróquia de São Mateus (Vila Franca de Xira) nestas comemorações.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

A Reforma Religiosa em Portugal ou História dos Evangélicos em Portugal (Parte VIII)

Igrejas Baptistas

O historiador Herlânder Felizardo, baptista, afirma que a primeira Igreja Baptista portuguesa foi organizada em 1888. Sim, porque pouco tempo antes, as Igrejas Evangélicas que existiam no Porto – Metodista e Episcopal – não desejaram baptizar duas filhas do comerciante inglês Joseph Charles Jones (1848-1929) pelo rito imersivo, por isso, foi com suas filhas a Londres e foram ali baptizadas por imersão. Voltando de Londres começaram a reunir-se.

Para ajudar os membros baptistas, mais do que um ministro estrangeiro vieram ao Porto, mas por pouco tempo. Por exemplo, Robert Reginald Young, de 1902-1905, sucedendo-lhe o ministro Jerónimo Teixeira e Sousa.

A Junta de Missões da Convenção Baptista Brasileira manda a Portugal Zacarias Clay Taylor, missionário norte-americano da Junta de Richmond, em 1908 e, com o fruto já existente, fundou a Igreja Baptista Portuguesa.

O ministro Jerónimo de Sousa, em 1911, foi substituído por João Jorge de Oliveira (1883-1953). Depois foi o tempo de expandir o trabalho. Eis alguns nomes dos primeiros tempos do ministério de João Jorge de Oliveira: António Maurício (1893-1980), Arduíno Adolfo Correia (1865-1943) e tantos outros. Abriram igrejas em Viseu, Leiria, Tondela, etc

António Costa Barata
Amora, 26 de Janeiro de 2001

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Major Santos Ferreira (1849-1931) - um cristão íntegro e integral

Guilherme Luís dos Santos Ferreira foi um dos mais eminentes protestantes portugueses e um cidadão responsável e solidário. Nascido em 1849 no concelho de Mafra, viria a morrer em Lisboa, em 1931. Filho de um militar, ainda jovem Guilherme Luís viria a seguir as pisadas do pai no que diz respeito à carreira. Tendo chegado ao posto de major não foi, porém, como militar que Santos Ferreira mais se destacou. Ao longo da vida as suas actividades e interesses incluíram diversos campos do saber. Nas palavras de Manuel Pedro Cardoso, o major "era um espírito de grande erudição, um intelectual de alto gabarito, que dedicou a sua atenção à arqueologia, epigrafia, numismática, genealogia e história. Foi hebraísta e interessou-se particularmente pelo estudo das várias versões da Bíblia na nossa língua. Foi também olissipógrafo de valor". Com o empenho e dedicação que todos lhe reconheciam laboriosamente contribuiu para a refundação da Cruz Vermelha Portuguesa em 1887, tendo permanecido como seu secretário por mais de 30 anos. Casou com a filha do cidadão inglês a quem veio a ser atribuído o título de Barão de Sacavém e dela teve 3 filhos. Santos Ferreira foi um dedicado membro da Igreja Lusitana e, acima de tudo, um cristão exemplar; nas palavras de Tucker, um "soldado eleito de Cristo" e um dos "heróis da cruz".

Para mais informações, consultar:

Guilherme Luís dos Santos Ferreira (1849-1931): um cristão íntegro e integral - Timóteo A. J. Cavaco

terça-feira, 15 de abril de 2008

A Reforma Religiosa em Portugal ou História dos Evangélicos em Portugal (Parte VII)

Igrejas Congregacionais

No tocante às Igrejas Congregacionais, começaram a ser implantadas em 1879, em Lisboa, pelo ministro evangélico Manuel dos Santos Carvalho, em virtude de discordar com os Sinodais e, como simpatizou com o método de trabalho adaptado pelo Dr. Kalley, optou por ele – pelo sistema congregacional.

O seu primeiro trabalho foi fundado na Calçada do Cascão, perto de Stª Apolónia, em Lisboa, no ano de 1879.

Nomes nobres desta denominação são, alem de Manuel dos Santos Carvalho, os de José Marques Calado e outros, evidentemente. Por terem sido muito perseguidos é que cresceram muito! Lá diz o ditado: Ideia perseguida, ideia seguida. Foram várias as Igrejas Congregacionais organizadas no país. De facto, os Irmãos e os Congregacionais, foram os que mais cresceram nos fins do século XIX e começos do século XX.

(Continua)

António Costa Barata
Amora, 26 de Janeiro de 2001

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Batalha de La Lys - 90 anos depois (Parte III)

O pastor António Costa Barata é desde há muitos anos um dos poucos evangélicos no nosso país a estudar a história do Protestantismo. Também a história de Portugal é a seu ver uma temática a não enjeitar, de resto, na linha daqueles pioneiros de que falei nos posts anteriores.

Assim, em 1969, escrevia para o semanário de Portalegre A Rabeca um pequeno texto que aqui transcrevo sobre o 9 de Abril de 1918 em La Lys:

PARA A HISTÓRIA DO NOVE DE ABRIL

No dia 9 passou mais um aniversário, o 51º, da célebra batalha travada entre os aliados e as tropas alemãs, aquando da ofensiva destas na Flandres. Aquela passou à História sob o nome de Batalha de La Lys.

Muito foram os caídos de ambas as frentes.

Por isso e por causa disto, a Pátria quis prestar homenagem não só aos mortos naquela batalha, como a todos os demais que pereceram antes - o primeiro português que morreu foi o soldado António Gonçalves Curado, que fazia parte do Batalhão de Infantaria 28 - assim como a todos os que faleceram depois e aos que sobreviveram.

Em sua honra foram erguidos muitos monumentos e dado o nome de Combatentes da Grande Guerra a muitíssimas Avenidas, Ruas e Praças nas grandes localidades.

Desde Caim e Lameque, assim como deste aos nossos dias, sempre têm existido aqueles que, não sendo capazes de vencer usando a força do espírito, deitam mão ao Espírito da Força.

Os conflitos armados à escala geral, contam sempre ou quase sempre a sua origem em contendas especiais ou partidárias. A primeira Guerra Mundial irrompeu após o assissínio do Arquiduque Francisco Fernando, herdeiro ao trono Austríaco, levado a efeito por um fanático boémio em Sarajevo.

Após aquele incidente, a Alemanha imediatamente declara guerra à Rússia, depois à França. A Inglaterra adianta-se e toma a iniciativa, declarando guerra à Alemanha.

A Áustria coloca-se ao lado desta, declarando guerra à Rússia... pouco depois, quase todas as Nações estavam em armas.

Eis alguns dados dos primeiro efeitos da guerra de 14 a 18:

Em Liége 40 mil baixas. A Itália perde 280 mil homens. Os Russos ficam sem 325 mil soldados (entre mortos e prisioneiros), perdendo ao mesmo tempo uns 3 mil canhões. No fim dela, Portugal havia perdido nada mais nada menos do que 35 mil homens. Só uma palavra: - Paz a suas almas.

Do príncipio, Portugal não tinha interesse em tomar parte no conflito, mas o facto dos ataques alemães às nossas províncias em Moçambique e Angola, forçou-nos a participar nele, o que aconteceu em Novembro de 1914.

No dia 3 de Abril do ano seguinte, um submarino germânico afunda-nos o nosso vapor Douro, assim como a muitos outros aliados.

Porém, a data mais triste, sem dúvida, foi o 9 de Abril de 1918, dia em que se travou a histórica batalha que deveria lançar o luto, a dor e a tristeza em muitíssimos lares portugueses, alemães, franceses, ingleses e das demais nações envolvidas na luta.

Pena foi que os homens não aprendessem a lição, visto que mais tarde - 39 a 45 - o mundo voltou a ser palco duma segunda guerra mundial e, infelizmente, o perigo duma terceira ainda persiste.

Paz na Terra, assim deveria ser; assim há-de ser um dia, cremos.

António Costa Barata

(A Rabeca, 1969)

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Batalha de La Lys - 90 anos depois (Parte II)

Escolhido pela Juventude Evangélica Portuguesa para discursar nas comemorações do 9 de Abril, Eduardo Moreira aproveita para invocar o sentimento patriótico dos evangélicos aliando-o a um apelo cristão numa luta pela regeneração de Portugal pelo Protestantismo:

O Cristianismo não fechou o seu ciclo. Portugal carece dum ideal nacional. Êsse ideal tem de estar dentro do Cristianismo. Êsse Cristianismo tem de ser nacional. O Evangelismo é uma crise curativa do Cristianismo Tradicional.

Discurso pronunciado pelo eminente escritor e orador sr. Eduardo Moreira, no culto comemorativo do 9 de Abril

(Portugal Novo, nº5, 15.Abr.1928)

terça-feira, 8 de abril de 2008

Prof. Doutor Soares Carvalho – Uma Vida dedicada à Palavra


João António Soares Carvalho nasceu na Nazaré a 21 de Abril de 1927 e faleceu pouco mais de 80 anos depois na mesma cidade que o tinha visto nascer, a 5 de Dezembro de 2007. Ao longo da sua vida desempenhou funções de relevo em diversas instituições sendo de destacar a sua colaboração com a Sociedade Bíblica durante quase 4 décadas. O Rev. Soares Carvalho foi o primeiro Presidente da Direcção da associação resultante da autonomização da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira – Sociedade Bíblica de Portugal – servindo nesta capacidade por quase 10 anos (1989-1998). Foi depois Presidente da Mesa da Assembleia Geral (1998-2005) até poucos anos antes de falecer. Não se poderá nunca esquecer a preciosa colaboração que o Prof. Doutor Soares Carvalho prestou enquanto tradutor da Sociedade Bíblica, nomeadamente no projecto da Tradução Interconfessional em Português Corrente. Para além de ter acompanhado este processo desde o seu início (1972) até à publicação da Bíblia completa (1993), era ainda membro da Comissão Técnica de Revisão (desde 1999).

O Prof. Doutor João Soares Carvalho era doutorado em estudos anglísticos e leccionou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa durante vários anos até à sua jubilação. Foi também autor e co-autor de diversas obras publicadas pelas mais prestigiadas editoras portuguesas. Era cónego da Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica (Comunhão Anglicana) e colaborou na sua juventude com diversas instituições evangélicas, entre as quais a União Bíblica. Foi ainda Presidente da Juventude Evangélica Portuguesa e Director do quinzenário protestante “Portugal Novo”.

Batalha de La Lys - 90 anos depois (Parte I)

Poderá o leitor interrogar-se sobre qual a razão de me referir a este marco da história de Portugal num blogue destinado à história do Protestantismo. De facto, numa lógica protestante actual pouco terá de interessante assinalar um dia como o 9 de Abril de 1918, mas há oitenta anos não era assim.

Em 1928 o Portugal Novo prestou homenagem, em dois números consecutivos, a este acontecimento e a Juventude Evangélica Portuguesa realizou um Culto Comemorativo onde se encontrava um representante do Presidente da República. A esperança de intervir socialmente para mudar Portugal estava bem presente, quer em acções sociais, quer em acções patrióticas (o nome do jornal não será alheio a este espírito nem tão pouco o lema da JEP: Por Cristo e Portugal). Eduardo Moreira diria a este respeito:

Fizestes bem, Jovens Evangélicos, em mostrardes com real nitidez, que quereis colaborar na vida da nossa Pátria.
Quereis, E isto é tudo. Quereis, significa que sentis um dever. Quereis, significa que reivindicais um direito. Nós queremos.

9 de Abril - Comemorando

(Portugal Novo, nº4, 03.Abr.1928)

segunda-feira, 7 de abril de 2008

A Reforma Religiosa em Portugal ou História dos Evangélicos em Portugal (Parte VI)

Igreja dos Irmãos

A primeira Comunidade dos Irmãos, poder-se-á dizer que iniciar com a Cristã Evangélica Helena Roughton (c.1860), por ter simpatizado com a eclesiologia do Dr. Roberto Reid Kelley.
Após os acontecimentos da Madeira, Kalley esteve em Beirute, onde veio a perder a sua esposa. Visitou, depois, as igrejas nascidas em diversas partes da América do Norte com crentes que deixaram a ilha da Madeira, depois de 1846.

Kalley acabou por fixar-se no Brasil, onde fundou a Igreja que até hoje continua uma benção na evangelização em língua portuguesa.

Helena Roughton, imitando Kalley e, como já os Anglicanos tinham feito, fundou uma escola primária para crianças pobres, em São Sebastião da Pedreira.

O caso chegou ao Parlamento de então, mas este, feitas as investigações, elogiou a obra e formulou votos no sentido de que outras obras do género fossem implantadas em território português.

Por volta de 1875, vem a Lisboa o engenheiro inglês George Macrow que, na altura, era um darbista convicto. Conversando com Helena Roughton, concluíram que seria bom convidar um ministro para tomar conta do trabalho em Lisboa. Convidou-se o ministro ex-anglicano e sua esposa – Richard e Cathryn Holden – que de facto em 1877 fundariam a Igreja dos Irmãos, em Lisboa. Desta Igreja saíram crentes que seriam usados por Deus na fundação de outras igrejas em Portugal.

Longa é a lista de portugueses e estrangeiros que militavam nesta Comunidade: recordo Stwart Menair e George Owens, em Coimbra e Aveiro; José Ilídio Freire e Guido Valdemar de Oliveira, em Stª Catarina e Praça das Amoreiras em Lisboa, e outros mais.

(Continua)


António Costa Barata
Amora, 26 de Janeiro de 2001

domingo, 6 de abril de 2008

Um Grande Português... (Parte III)

Em Maio de 1663, Almeida regressa a Batávia de onde não mais sairia. Algum tempo depois do seu regresso do sul da Índia, assume a responsabilidade da Igreja Reformada de Batávia, de língua portuguesa, onde se iria manter como Pastor quase até ao seu falecimento provavelmente em Agosto de 1691. Foi durante este último período em Batávia que Ferreira de Almeida viria a assistir com muita alegria à primeira edição do Novo Testamento por si traduzido para português. Esta obra foi impressa na Holanda, em Amesterdão, mas o destino final dos exemplares produzidos era fundamentalmente o Extremo Oriente, onde as diversas comunidades de língua portuguesa já deveriam conhecer a obra de Almeida, pelo menos desde 1654. Não foi isenta de peripécias esta primeira edição do Novo Testamento datada de 1681, mas a verdade é que a partir daqui a língua portuguesa passaria a ter a sua primeira tradução bíblica. Almeida traduziu ainda a maior parte do Antigo Testamento, já que o seu falecimento o impediu de traduzir o final do livro de Ezequiel, o livro de Daniel e os Profetas Menores. Este trabalho viria a ser completado por um Pastor holandês, Jacobus op den Akker, que havia colaborado estreitamente com Almeida. Com a edição do Antigo Testamento (Tomo I em 1748 e Tomo II em 1753) completar-se-ia a edição da “Bíblia de Almeida”que se tornou na obra literária em língua portuguesa mais divulgada de sempre, um autêntico monumento da cultura e da espiritualidade, tantas vezes ignorado pelos próprios portugueses e por muitos dos 200 milhões de pessoas que falam português pelo mundo.

João Ferreira de Almeida contraiu casamento com a já mencionada D. Lucrécia, de quem teve dois descendentes. Nasceu primeiro uma filha e, já depois do seu regresso do sul da Índia, um filho a quem foi dado o nome de Mateus.

Para além da magistral obra de tradução da Bíblia para português, a maior parte dos escritos de João Ferreira de Almeida são pequenas obras, na maior parte dos casos de natureza polémica, tendo em conta a crispação religiosa da época. Foram produzidos nos diversos locais por onde Almeida foi passando, mas impressos apenas quando a pequena tipografia foi montada em Batávia. Entre estas obras incluem-se A Diferença da Cristandade (impressa em 1668), Duas Epistolas e Vinte Propostas… (publicadas em 1672), Epístola ou Carta… aos Padres e Religiosos Agostinhos de Bengala, Relação Epistolar ou Carta … ao Senhor João Correia de Mesquita … em Bengala, Poema Ovium, Seis Propostas enviadas aos eclesiásticos de Goa, a que Almeida acrescentou mais Doze epístolas já que não recebeu qualquer resposta às iniciais, Esopete Redi Vivo que contém a introdução e a revisão, em português, das Fábulas de Esopo Frígio, Catecismo de Heidelberg e Liturgia.

João Ferreira de Almeida foi homenageado por um grupo de cidadãos de Torre de Tavares em 1981 por ocasião do 300.º Aniversário da publicação da primeira edição da sua tradução do Novo Testamento. Em Maio de 2006 a Câmara Municipal de Mangualde homenageou a personalidade e a obra de João Ferreira de Almeida, atribuindo o seu nome a uma rua da cidade.

António da Costa Barata
Timóteo A. de Jesus Cavaco

Para informação mais detalhada:

João Ferreira de Almeida: o Homem e a Sua Obra - António C. Barata

Um Grande Português... (Parte II)

Em 1642, João Ferreira de Almeida está já em Malaca, depois de passar algum tempo em Batávia, actual cidade de Jacarta, na Indonésia. Quando Almeida viajava de Batávia para Malaca alguém lhe ofereceu um pequeno livrete, escrito originalmente em castelhano, e que ele próprio viria a traduzir para português, anos mais tarde, sob o título Differença da Christandade. No final da leitura deste texto, João Ferreira de Almeida acabaria por abraçar a Fé Reformada (Protestante) vindo-se a tornar um membro da Igreja Reformada Holandesa, de língua portuguesa, a qual existia na região desde 1633 e que só viria a ser extinta em 1808. Ferreira de Almeida viveu em Malaca entre 1642 e 1651, colaborando com a comunidade protestante local através de visitas a doentes, apoio a marinheiros e viajantes que ali aportavam, ensinando as crianças a ler e a escrever, ao mesmo tempo que iniciava a primeira tradução da Bíblia Sagrada para a língua portuguesa. Este notável feito aconteceu quando Almeida tinha apenas 16 anos de idade. Abandonando Malaca em 1651, Almeida dirige-se novamente para Batávia. Foi-lhe, então, sugerido que adquirisse preparação teológica, razão pela qual Almeida passa a frequentar o Seminário da Igreja Reformada Holandesa naquela cidade. Termina os seus estudos em 1654, mas antes de ser enviado como missionário passa por um estágio de 2 anos, ainda em Batávia. Desta forma, João Ferreira de Almeida tornava-se o primeiro Pastor protestante português, mais de 100 anos depois da Reforma iniciada na Alemanha por Martinho Lutero, em 1517. Em Outubro de 1656, Ferreira de Almeida, a sua esposa, Lucrécia Valcoa de Lemos e o seu colega Baldaeus partem para o sul da Índia e Ceilão, onde missionam durante vários anos em diversas localidades da região.

Um Grande Português... (Parte I)

João Ferreira Annes de Almeida nasceu na povoação de Torre de Tavares da freguesia de Várzea de Tavares, concelho de Mangualde, em dia incerto de 1628. De seu nome completo João Ferreira Annes D’Almeida, continua sem se saber até à presente data quem foram os seus progenitores ou mesmo outros membros da família de parentesco mais próximo.
Ainda em tenra idade, provavelmente depois de ter ficado órfão de pai e mãe, terá sido levado para Lisboa onde foi entregue a um tio que exercia o seu múnus espiritual como sacerdote católico romano. Com o seu tio a educação do jovem Almeida deverá ter passado por várias disciplinas do saber, entre as quais certamente o Latim que lhe teria sido muito útil na principal obra da sua vida: a tradução da Bíblia para português. João Ferreira de Almeida viveu em Lisboa até 1640 ou 1641 e, sem se saber as verdadeiras razões e se foi por vontade dele ou de terceiros, acaba por abandonar a capital do Reino cuja independência tinha sido recentemente restaurada. Assim, encontramos o adolescente Almeida, com apenas 13 anos de idade na cidade de Amesterdão, na Holanda, de onde parte, passado pouco tempo, para o Extremo Oriente.

A Sociedade Bíblica em terras lusas (Parte IV)

Quando Stewart já velho e cansado abandona as suas funções, em 1902, não deixava apenas de ser o responsável do trabalho bíblico em Portugal, como também o de Agente da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira para a Península Ibérica (desde 1895). Assim, a partir desta data Portugal passa a ser apenas uma sub-agência, ficando concentradas em Madrid, nas mãos do Rev. Rober O. Walker os destinos do trabalho da Península. Porém, a delegação em Portugal fica sob a orientação de um jovem e dinâmico pastor, britânico já nascido em Portugal, filho do fundador da Igreja Metodista no nosso país, Rev. Robert Moreton, que partilhava com o seu pai o nome. A loja e sede da Sociedade Bíblica que até então tinham funcionado na Rua das Janelas Verdes, em Lisboa, passam em 1913 para o Largo Luís de Camões. Depois de uma acção consistente e respeitada, Moreton (filho) descansa dos seus trabalhos na Sociedade Bíblica em 1935, após 33 anos de dedicação a esta missão. Para seu substituto é escolhido o primeiro cidadão português, um jovem bancário que mais tarde viria a ser Presidente da Aliança Evangélica Portuguesa, Guido Waldemar de Oliveira. No entanto, por razões de saúde, Oliveira acaba por não assumir efectivamente as funções para que tinha sido designado, pelo que é um pastor presbiteriano de origem suíça que vem a ser nomeado Agente da Sociedade Bíblica. De seu nome Paul E. Vallon, o missionário ficará à frente dos destinos desta instituição até final de 1968, ou seja, até à sua aposentação. É durante este período que a Sociedade Bíblica muda as suas instalações para a Rua Passos Manuel. Em Janeiro de 1969, o conhecido pastor presbiteriano e pregador muito apreciado no país e no estrangeiro, Rev. Augusto A. Esperança, ex-Presidente da Aliança Evangélica Portuguesa, assume as responsabilidades da Agência da Sociedade Bíblica, imprimindo a esta instituição uma dinâmica nunca vista. Sendo difícil de resumir quase 3 décadas de trabalho, pode-se listar a completa reestruturação do trabalho de divulgação da Bíblia que passou pela extinção dos colportores decretada pela casa-mãe de Londres e a transferência para Portugal da impressão das edições bíblicas, a aquisição (pela primeira vez) de instalações para a sede e livraria, as quais passaram a funcionar na Rua José Estêvão (1987), e a constituição de uma associação nacional de carácter interconfessional, a Sociedade Bíblica de Portugal (1989). É também durante este período que se inicia e completa a primeira tradução bíblica da responsabilidade da Sociedade Bíblica no nosso país que é ao mesmo tempo a única tradução bíblica interconfessional em língua portuguesa. Por aposentação do Rev. Esperança, assume o cargo de Secretário-Geral da Sociedade Bíblica, Timóteo Cavaco, membro de uma igreja baptista.

Para saber mais sobre a história da Sociedade Bíblica pode consultar os seguintes documentos:
Os Vários Começos - Timóteo Cavaco
Evolução e Presença - Luís Aguiar Santos

A Sociedade Bíblica em terras lusas (Parte III)

Assim sendo, só com a estabilização política operada a partir do início da segunda metade do século XIX é que se começam a criar condições objectivas para o desenvolvimento de um trabalho mais consistente na difusão da Bíblia em Portugal. Em 1864 é finalmente estabelecida em definitivo uma agência em Portugal da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, ficando responsável pela mesma Francis H. Roughton, filho da famosa pregadora e educadora Ellen Roughton, também ela já nascida em Lisboa, no início do século XIX. Com o estabelecimento formal da agência, começa também a ser constituída uma rede de colportores, homens (e até uma mulher) que foram destemidos divulgadores das Sagradas Escrituras tanto nas cidades como principalmente nos mais recônditos locais do país. É importante não esquecer que a Sociedade Bíblica se apoiou fundamentalmente no trabalho destes homens por mais de um século. A Roughton seguiu-se James E. Tugman, em 1869, mas este exerceu a sua responsabilidade a tempo parcial. É ao Rev. Robert Stewart, que tinha vindo para Portugal como capelão da comunidade escocesa (presbiteriana) que se deve a primeira fase de consolidação do trabalho da Sociedade Bíblica no nosso país, ao iniciar as suas funções em 1875. É importante referir que como capelão presbiteriano, Stewart era igualmente responsável pela representação da Sociedade Bíblica Nacional da Escócia no nosso país. Em 1883, Stewart passa também a acumular a direcção da Sociedade de Tratados Religiosos, pelo que se pode dizer com propriedade que a Sociedade Bíblica em Portugal é a herdeira do trabalho desenvolvido por estas três instituições: Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, Sociedade Bíblica Nacional da Escócia e Sociedade de Tratados Religiosos.

A Sociedade Bíblica em terras lusas (Parte II)

As primeiras distribuições bíblicas em Portugal decorreram, em larga medida, como resultado da acção das influentes comunidades britânicas tanto na capital como na principal cidade nortenha. Fiéis das comunidades de Saint George (Lisboa) e Saint James (Porto), bem os capelães anglicanos que acompanharam os pelotões britânicos que lutaram no contexto da Guerra Peninsular (1807-1814) foram importantes peças no desenvolvimento da missão da Sociedade Bíblica no nosso país, numa primeira fase. Todavia, pode-se dizer que o primeiro esforço de organização de uma Sociedade Bíblica em Portugal se deve ao eminente médico e clérigo anglicano de origem espanhola, Vicente Gomez y Togar, mais tarde fundador de uma comunidade protestante em Lisboa. A constituição de uma Comissão no início de 1835 não tem, porém, muitos ecos nos anais da Sociedade Bíblica, razão pela qual se tem considerado George Borrow (1803-1881) como o verdadeiro iniciador do trabalho organizado da Sociedade Bíblica, tanto em Portugal como em Espanha. Com a chegada de Borrow a Lisboa, no dia 12 de Novembro de 1835, são formalmente reconhecidos 2 agentes da Sociedade londrina no nosso país: John Wilby, comerciante em Lisboa, e o Rev. Edward Whiteley, que passava a manter o depósito bíblico no Porto. Num contexto de grande instabilidade social, política e militar no nosso país não se poderia antever grande actividade da Sociedade Bíblica, para além do mais num contexto religioso bastante adverso. Mesmo assim, há registo de que as edições bíblicas se continuaram a suceder, não apenas da já mencionada tradução de João Ferreira de Almeida, como também da tradução para português, a partir do texto latino da Vulgata, do padre António Pereira de Figueiredo (1725-1797), um sacerdote católico-romano oratoriano, acusado na época de defender a tradição regalista.

A Sociedade Bíblica em terras lusas (Parte I)

Foi em 1809 que ocorreu em território nacional a primeira distribuição de edições bíblicas sob iniciativa da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, sedeada em Londres. Nessa altura, foi decidido imprimir 5 mil exemplares do Novo Testamento na tradução de João Ferreira de Almeida (n. Torres de Tavares/Mangualde, 1628 – f. Batávia/Java, 1691), pastor e missionário calvinista no Extremo Oriente, ao serviço da Igreja Reformada Holandesa. Desde então, a Sociedade Bíblica tem realizado um trabalho consistente de tradução, produção e distribuição da Bíblia, no todo ou em parte, tendo o mesmo sido naturalmente reproduzido noutros territórios de língua portuguesa como Brasil (1948), Moçambique (1966) e Angola (1967).

sábado, 5 de abril de 2008

Moreira sobre o Protestantismo Português

Em homenagem ao "patrono" do nosso grupo listamos aqui um conjunto de obras da autoria de Eduardo Moreira sobre o protestantismo português e a sua história. Periodicamente actualizaremos esta bibliografia estendendo-a a outros autores.

Veja aqui o documento:
Bibliografia do Protestantismo Português

A Reforma Religiosa em Portugal ou História dos Evangélicos em Portugal (Parte V)

[A Nova] Igreja Episcopal Espanhola

Com alguns antigos membros da Igreja Espanhola, fundada na Rua Nova de Almada, em Lisboa, pelo ministro evangélico Gomez e, com novos aderentes, o ministro evangélico Angel Herreros de Mora, funda uma outra Igreja Episcopal Espanhola, na Praça das Flores, em Lisboa.

Mais tarde, com base nos 39 Artigos da Igreja Anglicana, organiza-se a Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica, em 1878, com a ajuda do então capitão da Capelania Anglicana de Lisboa, Thomas Godfrey Pembroke Pope (1837-1902), que estava na capitania portuguesa desde 1864. O primeiro Sínodo da Igreja Lusitana realizou-se no dia 8 de Março de 1880.

O primeiro Bispo eleito português da Igreja Evangélica Lusitana, foi o ministro evangélico Joaquim dos Santos Figueiredo.

Nos anais desta Igreja constam grandes nomes da família evangélica portuguesa, entre outros, Santos Ferreira, Ferreira Fiandor, Luís Pereira, Eduardo Henriques Moreira, Daniel de Pina Cabral e António Ribeiro Jr. O seu actual Bispo é o senhor Fernando Soares.

(Continua)

António Costa Barata
Amora, 26 de Janeiro de 2001

sexta-feira, 4 de abril de 2008

A Reforma Religiosa em Portugal ou História dos Evangélicos em Portugal (Parte IV)

Igreja Presbiteriana Portuguesa

Madeira – Funchal: As primeiras reuniões de oração feitas por evangélicos ingleses, da família presbiteriana, em território nacional, realizaram-se no Funchal, dirigidas por James Halley. Estava-se em 1837. Neste ano mais dois grandes acontecimentos importantes se deram em Lisboa, a saber, a Colónia Britânica funda uma escola para os filhos dos seus súbditos menos favorecidos, socialmente falando, e na revista O Panorama, dirigida por Alexandre Herculano, insere uma bela apologia das Escolas Domingueiras, isto é, das Escolas Dominicais, das quais só em 1854, se fundaria a primeira em Portugal, também em inglês.

Em Outubro de 1838 desembarca no porto do Funchal, o casal Kalley. Ali iam à procura de clima para que a saúde dos seus corpos fosse melhor, mas, ao contemplarem as necessidades dos madeirenses, sentiram [desejo de] ajudá-los. Com o que era seu e não de uma missão religiosa, fundaram um pequeno hospital e algumas escolas em várias localidades da ilha, a tal ponto meritório, que as próprias autoridades civis, em 1842, prestaram homenagem pública ao Dr. Kalley.

Quando menos se esperava, levantou-se uma grande perseguição contra o trabalho e contra a família Kalley que, de 1843 a 1846 foi sempre piorando, a tal ponto que o casal Kalley e muitos madeirenses se viram forçados a deixar a ilha.

Algum tempo antes de 1846, outro ministro presbiteriano tinha sido enviado para o Funchal, tratava-se do ministro evangélico William H. Hewitson. Foi este quem organizou primeira Igreja Presbiteriana em território nacional, no ano de 1845. Foi organizada na clandestinidade, por certo, pela nova tolerância das autoridades.

Em Lisboa, a primeira comunidade foi organizada mais tarde, aí por volta de 1866, sendo um dos seus ministros nos primeiros tempos, o ministro da Igreja Presbiteriana Livre da Escócia, Robert Stwart. Esta Igreja existe ainda hoje, estando actualmente situada na Rua Tomás da Anunciação, 56, em Lisboa.

(Continua)


António Costa Barata
Amora, 26 de Janeiro de 2001

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Balthasar Hubmaier: Março de 1528 - Março 2008 (Parte IV)

Por fim os últimos artigos publicados em 1928 no Semeador Baptista sobre Hubmaier. Destaco aqui As 18 teses de Huebmaier e A conversão de Huebmaier.

As 18 teses de Huebmaier
Uma questão difícil na Reforma
O dócil espírito de Huebmaier
Hebmaier preso em Zurich
-
A fé dos anabaptistas
A conversão de Huebmaier
O conhecimento que Huebmaier tinha da escrituras
(Semeador aptista, nº17, 10.Mar.1928).

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Balthasar Hubmaier: Março de 1528 - Março 2008 (Parte III)

Hubmaier escrevia em 1525, na Morávia, a sua Confissão de Fé que teria várias edições nos anos seguintes. Um artigo simples, claro e pouco controverso onde o autor aponta os principios norteadores da sua fé. Seria um dos seus principais textos.

Aqui ficam mais alguns artigos:

O Martirio de Hubmaier
-
A Confissão de Fé de Huebmaier, 1525,
Huebmaier e o comunismo cristão,
O que Huebmaier pensava a respeito da morte dos Hereges,
Franco apelo de Huebmaier a todos os cristãos.
(Semeador Baptista, nº17, 10.Mar.1928).

terça-feira, 1 de abril de 2008

Balthasar Hubmaier: Março de 1528 - Março 2008 (Parte II)

No seguimento do texto de ontem, deixo aqui mais dois artigos publicados na homenagem do Semeador Baptista a Hubmaier em 1928.

"Balthasar Huebmaier" por Frederick L. Anderson (parte I)

"Balthasar Huebmaier" por Frederick L. Anderson (parte II) e "Nunca é tarde" por M. Cerqueira

(Semeador Baptista, nº16, 15.Fev.1928).

 
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