quarta-feira, 13 de outubro de 2010

13 de Outubro de 2010, dia em que o mundo da ciência está de parabéns, visto que está a ser capaz de libertar os trinta e três mineiros que estiveram subterrados durante mais de dois meses, no Chile .Na minha devoção espiritual, tenho pedido a Deus, que desse coragem aos mineiros, aos seus familiares, e não só, mas também nos cultos de oração a que assisto, também se tem intercedido pelos mesmos, assim como pelos que no exterior se ocupam da tarefa do resgate. Existem vários tipos de lágrimas, mas as que hoje cairam de nossos olhos, foram lagrimas de gratidão a Deus e aos Humanos , pelo êxito destes regates. A Deus toda a glória e o gozo de todos os que contribuiram para tal sucesso . Amora, 13.10.10: António Costa Barata e família.
P.S. Mais um pouco de tempo, e aqui estarei para comunicar algo de útil , penso, para quem me ler.
A.C.Barata

terça-feira, 5 de outubro de 2010

De Prisciliano a Herculano (original de Eduardo Moreira)

Desde o bispo de Ávila Prisciliano, martirizado com seis companheiros em 385, por denúncia de Itácio, bispo de Ossonoba (Faro), o mesmo que atribuiu heresia à prática geral da leitura da Bíblia, até Alexandre Herculano, o grande adversário de falsos dogmas e lendas inválidas, apologista da leitura da Bíblia e da educação doutrinal por meio dela, falecido em 13 de Setembro de 1877, "não tendo recebido os sacramentos da Santa Madre Igreja" conforme declaração paroquial, distam 1500 anos de revolução cristã. Reprovou Herculano a Reforma do século dezasseis, taxando-a de Revolução, por se ter feito "para fora de Roma". O que ele desejou foi o mesmo desejado por Lutero: "dentro de Roma", o que a Cúria Romana não quis.

Entretanto, no decurso dos séculos, vão os homens sujeitando os termos aos seus conceitos. Vimos nos nossos dias António Sérgio negar, com argumentos de peso, a expressão "civilização cristã". Muito bem: De Prsiciliano a Herculano desenvolve-se a Revolução cristã dentro da Civilização humana. Nos dias de desordem [e] negativismo foi tirania, opressão, violências ou contemporização cobarde, mas nos nossos dias de contrição positiva foi revolução com[o] a dos astros, que não saem das suas órbitas.

Quem ensinou, neste extremo ocidental da Europa[,] o voto plural, ao tempo que preparou os textos sacros com perícopes para fácil citação? Quem teve a coragem moral de divergir e não calar as suas opiniões, como tantos, em todos os tempos?

É certo que o nome de priscilianista se tornou horrível labeu com que se reunia sem cautela seitas díspares e disparatadas. Mas quinze séculos depois do martírio de Prisciliano o descobrimento de documento autêntico provou ser ele um pre-reformador.

[Original do Rev. Eduardo Moreira (1886-1980), s.d., na posse do pastor A. C. Barata. Aparentemente, comentário a artigo de D. António Ferreira Gomes, «Priscilianismo e caminho de Santiago», Voz Portucalense , 1974.]

sábado, 30 de janeiro de 2010

Novidades Literárias

No espaço de pouco mais de dois meses o panorama literário português foi enriquecido com três obras de grande qualidade que prestigiam o protestantismo português e a sua historiografia. Talvez não tenha havido até hoje um período tão fecundo na produção de obras ligadas a esta temática.


António de Mattos: um pioneiro protestante, da autoria de David J. Langum, Sr., trineto do biografado, é o resultado de uma aprofundada investigação sobre um dos mais notáveis "exilados madeirenses" do século XIX que acabaria por se tornar o primeiro pastor protestante português a ministrar em solo nacional, tanto em Lisboa como no Funchal. A edição portuguesa da obra, inicialmente publicada nos Estados Unidos da América e escrita originalmente em inglês, consiste num volume de 154 páginas, que inclui algumas fotografias da época. O livro contou com a colaboração da Sociedade Eduardo Moreira para a sua tradução e revisão, tendo sido editado pela Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal.



Rita Mendonça Leite, investigadora do Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR) da Universidade Católica Portuguesa e membro da Sociedade Eduardo Moreira, é a autora do livro Representações do Protestantismo na Sociedade Portuguesa Contemporânea: da exclusão à liberdade de culto (1852-1911), editado pelo próprio CEHR, com um total de 251 páginas. Esta passa a ser uma obra incontornável para a compreensão do fenómeno religioso português na transição do século XIX para o XX, nomeadamente no que diz respeito ao início do processo de diferenciação religiosa com que a sociedade portuguesa se passou a confrontar. O conteúdo da obra resulta do trabalho de investigação que conduziu à apresentação de uma tese de mestrado na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa pela autora.


José António Moreno Afonso é desde 2007 Doutor em Educação pela Universidade do Minho em resultado da dissertação apresentada sobre o tema agora editado em livro pelo Centro de Investigação em Educação da própria Universidade do Minho sob o título Protestantismo e Educação: história de um projecto pedagógico alternativo em Portugal na transição do século XIX, com um total de 542 páginas. Esta é uma obra de grande fôlego e de elevado rigor académico e científico que demonstra a importância que as escolas ligadas às igrejas protestantes tiveram em Portugal na formação de muitas crianças e jovens que de outram forma teriam engrossado as ainda assim lastimáveis estatísticas do analfabetismo naquela época. Para além do contributo que esta obra dá à história da educação no nosso país, em geral, constitui imprescindível material de referência para todos aqueles que pretendam conhecer o papel do protestantismo ainda incipiente na educação nacional.

 
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