sábado, 23 de maio de 2009

III Congresso das UCM de 1909

Uniões Cristãs

O penultimo dia do congresso – O banquete official no Campo Grande – Procede-se à eleição da comissã executiva da Alliança Nacional

Proseguiram hontem os trabalhos do terceiro congresso nacional das Uniões Christãs da Mocidade de Portugal, abrindo a primeira sessão pelas 10 horas e meia da manhã, na séde da União Central, á rua das Gaivotas, a qual foi, como as dos dias anteriores ali effectuadas, extraordinariamente concorrida.

N’esta sessão, a que presidiu o Sr. Pedro Silveira, delegado por Portalegre, secretariado pelos srs. Antonio Tavares e José Pereira Martins, respectivamente delegados pelo Porto e por Setubal, falou o sr. João Mott, a convite do sr. Henrique Wright, escolhendo para thema o “Segredo do exito e da ruina de uma União Christã da Mocidade”.

Pela 1 hora da tarde, seguiram todos os congressistas, num carro electrico, reservado, para o Campo Grande, onde se realizou o banquete official, presidido pelo sr. Alfredo da Silva, que tinha á sua direita mr. Mott e à sua esquerda o sr. João Mott.

Ao toast inicou a série de brinde o sr. Alfredo da Silva, que saudou calorosamente a commisão local e as uniões christãs de Lisboa, assim como as senhoras que se encontravam presentes, seguindo-se os seguintes brindes: o sr. Santos Figueiredo, em nome das Uniões de Lisboa e pelo Comité Nacional; o sr. dr. Leite Junior, pelo sr. Mott e pelas Uniões de Portugal, e o sr. Pedro da Silveira, pelas uniões christãs femininas.

Depois de se terem tirado varias photographias com os congressistas, os delegados dispersos, em numerosos grupos, visitaram alguns estabelecimentos e monumentos importantes, bem como differentes pontos pittorescos da cidade.

Pelas 7 horas da tarde deu-se principio aos trabalhos da sessão nocturna, sendo a mesa constituida pelos mesmo delegados da sessão da manhã. Votou-se, por unanimidade, que o estudo final, relativo ás conclusões do congresso fosse entregue a uma comissão composta da mesa permanente do congresso e dos membros da commisão iniciadora, sendo em seguida apresentadas as seguintes propostas:

1.º, que o comité internacional se encarregue de elaborar uma lista dos assumptos adaptados ao estudo biblico das uniões christãs da mocidade; 2.º, que nos futuros congressos internacionaes se empregue a lingua esperanto e a lingua do paiz ou da cidade na qual as sessões se effectuem.

A primeira proposta foi modificada no sentido que seja o comité nacional encarregado de tratar do assumpto, sendo a discussão da segunda adiada para outra reunião.

Procedeu-se, depois, á eleição da comiissão executiva da Alliança Nacional, a qual ficou composta dos srs.:

Alfredo Henrique da Silva, presidente; André Cassels, vice-presidente; José Antonio Fernandes, 1º secretario; Antonio Tavares, 2º secretario; e Frederico Flower, thesoureiro; sendo nomeados vogaes os presidentes das diversas uniões christãs do paiz.

Sobre assumptos relativos á forma por que se devia orientar a eleição, falaram os srs. Armando Pereira de Araujo, Julio Bento da Silva, José Pereira Martins e Antonio Ferreira Fiandor, tendo este ultimo delegado proposto que fosse consignado em acta um voto de louvor ao presidente pela regularidade e brilhantismo com que decorrera o congresso, proposta que foi approvada por acclamação.

A sessão terminou com o hymno evangelico “Obra Perfeita, que foi entoada por todos os assistentes.

O programa de hoje – O encerramento solemne do congresso na sala Portugal da Sociedade de Geografia

O programma que os que os congressistas devem hoje executar é o seguinte: ás 12 horas da manhã, visita dos congressistas ás outras egrejas evanlicas de Marianos, Taypas e Estephania; ás 2,30 da tarde, visita ao culto da Arriaga, esperando que effectue ali um conferencia o sr. Mott; Ás 5, reunião especial da congregação, na séde do congresso, realisando-se, em seguida, na escola evangelica do extincto convento dos Marianos, ás Janellas Verdes, uma sessão para meninas, organisada pelo “comité” nacional das uniões christãs femininas e na qual farão uso da palavra “madame Mott”, D. Christina Braga e “Madame” Cassels.

O Século,
23 de Maio de 1909, p.2.
 
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