segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Igreja em Sota - Coimbra

Segundo os dados que foram possível obter, o testemunho evangélico na cidade de Coimbra começou no ano de 1909 com o saudoso irmão Stuart Edmundo McNair, o qual terá aberto a missão na Rua Sargento-Mor (carta de José Ilídio Freire, de 8 de Fevereiro de 1980 e artigo publicado no B. Inform. n.º 4 de Junho de 1989). Na carta acima referida dizia também que no ano de 1910 já o irmão Stuart publicava, havia 3 anos, uma revista intitulada "O Semeador" da qual foram encadernados 3 volumes. A revista era essencialmente dirigida a estudantes e demais classes eruditas, mas igualmente boa para todos em geral.

Edmundo McNair residiu durante 3 anos em Coimbra onde conheceu um advogado crente, o Dr. Joaquim Leite Júnior que pregava com entusiasmo a Palavra e ajudava o irmãoStuart em Aveiro, Ílhavo, etc. Também o Dr. John Opie veio leccionar para Coimbra, contratado como professor de inglês para a Universidade. Este irmão prosseguiu com os cultos na cidade universitária, sendo convidado por várias igrejas em redor de Coimbra. Permaneceu em Portugal cerca de 20 anos.

Aceitando o convite do Dr. Opie, vindos de Estarreja, onde haviam permanecido dois anos servindo ao Senhor, vieram para Coimbra em Março de 1939 os missionários Frank Smith e Dorothy Smith. Em Junho do mesmo ano o Dr. Opie teve que ir a Inglaterra e três dias depois o Senhor chamou-o para Si. O irmão Frank Smith ficou então com um pequeno grupo de crentes a reunir-se num primeiro andar na Rua Sargento-Mor. Por ser tão pequena a sala na Rua Sargento-Mor e ser num primeiro andar, mo mês de Julho de 1939 foi alugado e inaugurado um novo salão de cultos na Avenida Sá da Bandeira onde centenas de pessoas ouviram a Palavra de Deus e um número indeterminado de pessoas se converteram, entre os quais o nosso irmão José Seguro que pouco tempo depois já o Senhor o usava.

Entretanto, converteu-se ao Senhor em 1951 o nosso irmão Sr. João Henrique Figueiredo Varandas, o qual passou também a cooperar na Obra do Senhor, contribuindo com o seu ministério para o alargamento do testemunho evangélico na vasta área de Coimbra e arredores. Desde então, a Casa de Oração transitou por outros pontos da cidade de Coimbra, fixando-se no ano de 1958 na Rua da Sota, n.º 18, onde ainda permanece nesta data.

O testemunho evangélico estendeu-se a outras terras do distrito de Coimbra, tendo sido fundadas Casas de Oração, não sem que houvesse perseguições, oposições e ameaças, mas o testemunho ficou pela graça do Senhor. Seria exaustivo mencionar cada um dos servos de Deus que, abnegada e sacrificialmente, deram a sua contribuição para que a Obra se expandisse. Em Dezembro do ano de 2003 o amado irmão Frank Smith foi para a Glória e outros servos prosseguiram com o testemunho, tendo o seu ministério sido abençoado pelo Senhor da Igreja.

Samuel da Silva Oliveira
in "Refrigério"
Julho - Outubro de 2008

domingo, 19 de outubro de 2008

Historial da Igreja Evangélica Assembleia de Deus Pentecostal em Benfica no 40.º Aniversário

Decorria o ano de 1968 quando no mês de Outubro se reuniram pela primeira vez, numa pequena casa da Rua Manuel Múrias, no Bairro da Quinta do Charquinho, um punhado de irmãos, para cultuarem a Deus, sob a liderança do Pastor José António Lourenço. Desde esse Outubro longínquo de 1968 até aos nossos dias passaram 40 anos.
Desde esse tempo a Igreja passou por várias fases, desde o nascimento propriamente dito até à idade que socialmente se considera adulta. No princípio foram os anos de formação das estruturas físicas e mesmo espirituais; as reuniões com poucos cristãos, o apoio dos crentes das outras congregações vizinhas, nomeadamente a Pontinha.
Com o decorrer do tempo e já na década de 70, a congregação começou a desenvolver-se e dá-se a conversão de crianças, jovens e adultos ao Senhor Jesus Cristo, e o número de crentes começou a aumentar. Com um novo Pastor à frente da congregação surge a necessidade da mudança de lugar, pois a casa do Bairro do Charquinho passa a ser pequena para as necessidades da comunidade. Quando já decorre o ano de 1976 e o Pastor é o irmão José Manuel Borges, é inaugurada a Casa de Oração da Rua Professor Santos Lucas, lote 1657, em plena autarquia de Benfica, pelo que a congregação passa a ser conhecida por Benfica/Charquinho.
Em 1990 tomou posse do trabalho, vindo a substituir o Pastor Natálio Marques, o actual Pastor, António Gonçalves. Depois de um período algo atribulado, a congregação começou a experimentar um crescimento que acabou por levar a que no mês de Maio de 1995 fosse inaugurada a actual Casa de Oração, com melhores condições e um espaço mais amplo. No ano de 1998, no mês de Março, a Congregação de Benfica gerou a sua primeira missão, na Serra da Luz, onde actualmente um grupo de cerca de 30 pessoas cultuam ao Senhor.
No dia 9 de Maio de 1999, fruto do crescimento e da dinâmica, e porque se reuniram as condições bíblicas para ser uma Igreja autónoma, Governo, Susento e Propagação, celebrámos a nossa festa de autonomia com a participação da Igreja-mãe, Assembleia de Deus de Lisboa, na pessoa do seu Presidente, Pastor Vieito Antunes, e demais membros do ministério, conforme os princípios bíblicos, morais e éticos de uma relação que se queria contínua e duradoura. Na festa de autonomia estiveram presentes o Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Benfica, Dr. Fernando Saraiva, como representante da Aliança Evangélica Portuguesa o Dr. António Calaim e como representante do Desafio Jovem o Pr. João Martins, entre outros convidados.
Depois da autonomia criámos a Rute - Associação de Solidariedade Social, a qual veio a ser reconhecida como Instituição Particular de Solidariedade Social em 2003, registada sob o n.º 58/2003, fls. 174, verso do livro n.º 9 das Associações de Solidariedade Social. Desde 1997 tem vindo a dar apoio junto da população da Freguesia de Benfica, inicialmente (de 1990 e até hoje) aos toxicodependentes, e depois alargando a sua intervenção através de um serviço de acolhimento de crianças (Berçário/Creche) onde temos 58 e uma lista de espera de cerca de 80. Actualmente, desenvolve também um serviço de apoio domiciliário.
No âmbito das missões, contribuímos desde o primeiro dia para o Departamento Nacional de Missões. Enviámos a família Marcos Robalo para Cabo Verde e mais tarde a família Nashyru Solmon, apoiamos a missão entre a etnia cigana em Estremoz, o Pr. Pedro Figueiredo e esposa em Santana na Madeira, o Pr. Ludgero e família em Miranda do Corvo, o Pr. Eugénio e esposa em Caminha numa parceria com a Igreja do Porto. Apoiamos ainda o Pr. Reginaldo na Sertã. as missionárias Alda e Lúcia em Pinhel, o Pr. Humberto Carvalheiro e família em Mondim de Basto e, no ano de 2007, enviámos para Macedo de Cavaleiros a família Celestino, Vera e Lucas Tabanez numa parceria com a Igreja do Porto, e para Aguiar da Beira, o Ir. Carlos Martins, a esposa Paula e os filhos Josué e Caleb. Além disto, temos contribuído para Timor, Angola, Moçambique e Guiné com contribuições financeiras e contentores de material diversificado. Já este ano iniciámos o apoio na compra de um terreno para construção de uma escola em Empada, Guiné.
No ano de 1998 vieram trabalhar connosco, vindos de Cabo Verde, o Pr. Euclides Gomes e sua amada família, os quais foram de grande bênção durante os cerca de 6 anos que estiveram no nosso meio. Em Novembro de 2006 veio trabalhar no nosso meio o casal Álvaro e Carla Ladeira e a sua menina.
Celebrando os 40 anos de existência foram muitas as pessoas, muitas delas anónimas, que contribuíram para o que somos hoje. Podemos dizer que passados estes anos "até aqui o Senhor nos tem ajudado" porque temos crescido humana, espiritual e financeiramente. Em tudo damos graças a Deus porque esta é a Sua obra e nós temos a consciência plena de que somos apenas despenseiros na Sua obra, por isso, "porque dele, e por meio dele e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amén!" (Romanos 11:36).
Pr. António Gonçalves
in Uma Família de famílias - 40 anos de história
Assembleia de Deus Pentecostal em Benfica

domingo, 12 de outubro de 2008

170 anos do desembarque de Robert Kalley na Madeira

No dia 12 de Outubro de 1838 desembarcava no Funchal o médico cirurgião Robert Reid Kalley com sua esposa Margareth. O desejo (ou deveria dizer o sonho?) deste jovem de 29 anos, natural de Mount Florida, era ser missionário na China como o fora Robert Morrison, mas o estado de saúde de Margareth aconselhava um repouso prolongado na (pouco) terapêutica ilha da Madeira.

A filantropia seria a grande marca que Kalley deixaria na ilha, reconhecida com louvor e amizade pelas autoridades civis e eclesiásticas locais. Mais tarde tudo mudaria, a conversão de milhares de madeirenses levará à perseguição e ao êxodo de quase duas mil pessoas que sairão para, na sua esmagadora maioria, nunca mais voltarem.

Importa recordar que hoje, 12 de Outubro do ano de 2008, se comemoram os 170 anos da chegada de um homem que virá originar o mais fantástico acontecimento de evangelização protestante no nosso país.

Paróquia de S. Tomé - Lusitanismo em Castanheira do Ribatejo

Foi no ano de 1944 que, numa pequena vila ribatejana, num pátio da Rua Palha Blanco n.º 43-45 em Castanheira do Ribatejo e sob o entusiamo do Doutor Luís César Rodrigues Pereira, se reuniram os primeiros crentes da futura Missão de S. Tomé. Juntou-se também o Pastor José Ilídio Freire e deslocava-se propositadamente a Castanheira o jovem Ramiro dos Santos para ensinar Escola Dominical, mas este viria a falecer prematuramente. Para apoiar e dar continuidade a este recente trabalho casou e fixou-se nesta vila, no ano de 1946, Joaquim da Silva Ribeiro e sua esposa Dª Gertrudes da Conceição Ribeiro, tendo sido inaugurado o primeiro templo na Rua Palha Blanco n.º 64, a 20 de Junho deste mesmo ano. Nascia assim a Missão de S. Tomé.
Desde os primórdios que a Escola Dominical se transformou num autêntico "viveiro" de onde saíram muitos jovens que viriam com entusiasmo a ajudar no trabalho evangelizador desta área do Ribatejo. Formou-se mais tarde a então Liga dos Samaritanos que, ao longo de pelo menos 20 anos, desenvolveu em S. Tomé uma benemérita acção social. Nas duas primeiras décadas o trabalho foi-se desenvolvendo e crescendo com o contributo de vários servos de Deus liderados pela visão, entusiasmo e dedicação do então Bispo D. Luís César Rodrigues Pereira (sagrado em 24/06/1962) que apelidava esta congregação de seu pequeno rebanho. Por volta de 1951 esta Missão integrar-se-ia na Igreja Lusitana mas só no início da década de 70 se tornaria numa Paróquia autónoma.
Em 1974 chegaria ao nosso meio o Rev.º António Pinto Ribeiro com sua esposa, que tinha estado como missionário em Angola durante 25 anos. Em 14 de Dezembro de 1980, Joaquim da Silva Ribeiro viria a ser ordenado ao diaconato pelo Bispo resignatário, D. Luís César Rodrigues Pereira, e em 30 de Novembro de 1986 seria ordenado ao presbiterado pelo actual Bispo Diocesano, D. Fernando da Luz Soares (sagrado a 1 de Maio de 1980). Contudo, só em 22 de Abril de 1989, o Rev.º Joaquim da Silva Ribeiro viria a ser colado como primeiro pastor da Paróquia de S. Tomé, onde serviu com vigor e dedicação até à sua resignação a 8 de Abril de 2001.
Entretanto, a 12 de Abril de 1987, a Paróquia de S. Tomé inauguraria no mesmo lugar o actual templo. Em 23 de Abril de 1990, e após um ano de vivência pastoral, ingressou na Igreja Lusitana, Maria Elisabeth dos Santos e Sena, que tendo liderado o Grupo de Jovens nos primeiros anos e pouco tempo depois ter sido nomeada representante secular da Paróquia, viria a ser instituída leitora a 10 de Abril de 1994 e ordenada ao diaconato a 1 de Novembro de 1997 (no primeiro grupo de mulheres ordenadas da Igreja Lusitana). Foi ainda durante 3 anos coadjutora do então párico, Rev.º Joaquim da Silva Ribeiro, e por sua aposentação viria a ser colada como responsável paroquial desta comunidade, no domigo de Ramos, a 8 de Abril de 2001.
Actualmente a Paróquia continua a desenvolver o seu trabalho apostando na formação da Escola Dominical, no Estudo da Bíblia para jovens e adultos, na vivência da Liturgia da Palavra e dos santos Sacramentos, no trabalho com os jovens, na actividade social e pastoral (sobretudo nos últimos anos, no acolhimento e no apoio a imigrantes) revelando assim uma forte vivência comunitária, alicerçada no amor de Deus , nos ensinamentos de Jesus e na acção do Seu Santo Espírito. Humanamente, este trabalho só é possível pelo incansável apoio e dedicação dos leitores Laudelina Camilo (1987), Sérgio Cabaço e Paulo Ferreira (1994), pelo Grupo de Jovens, pelos Professores da Escola Dominical e por uma activa Junta Paroquial. Para além da recente formação de um Grupo de Louvor, a Paróquia conta com o seu próprio Boletim - A Mensagem - fundada pelo Grupo de Jovens, em Dezembro de 1982.
Damos graças a Deus por toda a comunidade e desejamos e oramos no sentido de conseguirmos passar o testemunho e com fidelidade e alegria transmitir às novas gerações o desejo de Louvar a Deus, Testemunhar de Cristo e Servir aos homens. Assim Deus no ajude.
Elisabeth Sena
19 de Junho de 2005
59.º Aniversário da Paróquia de S. Tomé
Castanheira do Ribatejo

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Júlio Dantas e Vitorino Nemésio

Júlio Dantas

Não pude, com pesar meu, corresponder ao convite para assistir à sessão que a Academia das Ciências acaba de dedicar, à memória do seu presidente honorário, Júlio Dantas, na qual o seu sucessor, na cadeira de académico efectivo, o Prof. Vitorino Nemésio, fez brilhantemente a elogio histórico da grande figura literária e diplomática desaparecida, seguindo-se-lhe, ainda com maior brilho, o Dr. Augusto de Castro, diplomata e mestre de jornalismo.

Entretanto, a leitura dos jornais transportou-me à solene sala e aos momentos ali vividos, perante “rostos que vi e mãos que apertei”…

Devo a Júlio Dantas, grande de Portugal, no estilo como no porte, palavras de nobre acolhimento; e faz-me bem apregoar a gratidão, tão esquecida por aí fora, dizendo também o que possa elucidar ou edificar algum leitor jovem, desejoso de assistir a um surto futuro de cultura genuína, no meio dos cristãos reformados.

Quem procure conhecer a obra dantasiana terá de começar pela adolescência precoce do “Nada” e as verduras da mocidade irreverente, no “Auto da Rainha Cláudia”, desse que seria traduzido e aplaudido pela Europa fora, com a “Ceia dos Cardeais”; esse que enriquecera a arte portuguesa com tantas jóias, e na fecunda velhice deixaria inacabada uma “Tentação do Dr. Fausto”.

Quanto haveria para dizer sobre tão vasta actividade! Mas devo restringir-me; e assim lembrarei o diagnosticador de certa vesânia que alastra pelo Ocidente europeu (e o Dr. Augusto de Castro agora satirizou saborosamente; a qual entre nós se adopta com ingenuidade lastimável) na obra “Poetas e Pintores Rilhafoles”; e como intérprete da antipatia popular pela religião de fogueira e alfange, na inesquecível peça “Santa Inquisição”, onde magistralmente se dramatiza o medo que, por três séculos, esse tribunal estrangeiro, nunca assimilado, verdadeiro quisto no organismo nacional, tanto prejudicou, e ainda prejudica, a nossa psicologia colectiva.

Júlio Dantas veio muito depois dos primeiros românticos, os grandes apologistas da Bíblia, dessa Bíblia amada, da Marquesa de Alorna, dos Cenáculos e dos Saraivas: Garrett, Castilho, José Silvestre Ribeiro, Herculano, e depois João de Deus, Gomes Leal, Augusto Gil, para citar alguns dos principais.

No tempo de Dantas, outros interesses, outras visões, desviaram os pensadores e os artistas, da atenção que sempre merecerá a Carta Magna da Sociedade que nos formou, e devemos conservar em constante serviço e perpétua reforma.

Vitorino Nemésio

Agora outra geração surgida, outra mentalidade se formava. O Dr. Augusto de Castro, na sessão que nos reportamos, ao responder, em nome da Academia, ao discurso do Prof. Nemésio, disse-lhe: “Dantas foi o homem duma época. Você, meu caro Nemésio, é o homem de outra”. De facto, se na geração de Dantas a Bíblia estava um tanto esquecida, na do Prof. Nemésio, que já está ultrapassada também, ela recebeu ataques e doestos que já não correspondem à atitude dos maiores pensadores vivos, especializados na teologia bíblica. Uma geração fora de apologia entusiasta; outra, a de Dantas, de desmedido ataque com pruridos de cientifico. A actual é de reabilitação, não direi de Escrituras Sagradas, que dela não necessitam, mas dos humanos que as estudam.

O Prof. Nemésio, que conheci nos tempos da Associação Cristã da Mocidade foi personagem representativa da geração penúltima, ao usar na minuciosa obra “Mocidade de Herculano” argumentos negativos que provêm da escola de Tubinga (1847-1853). Já lá vai mais dum século depois de Cristiano Bauer ter produzido o seu libelo ultra-racionalista; e estudos geológicos, e descobrimentos arqueológicos, e maior seriedade e serenidade de juízo trouxeram à ciência bíblica outra atitude e outra compreensão.

O Prof. Nemésio hoje um crente católico-romano, se quiser rever o que afirmou, nesta matéria, bem poderá corrigir o que escreveu há trinta anos; e decerto teria o aplauso da sua Igreja, que, por sua vez, está corrigindo, desde o importante documento “Spiritus Paraclitus”, a sua oposição à difusão das Escrituras Sagradas, o que, pràticamente, se tornava tão pernicioso como o desrespeitá-la.

Eduardo Moreira,
Rostos que vi, mãos que apertei,
Portugal Evangélico, nº 522-525, Abril–Junho de 1964, pp. 8-9.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Paulo Mingot Maurício (1921 - 2008)

Transcrevemos, com o devido agradecimento, o seguinte texto da autoria do Rev. António dos Santos, pastor da Terceira Igreja Baptista de Lisboa, a propósito do falecimento recente de Paulo Mingot Maurício, conhecido dirigente evangélico e filho de um dos mais reputados fundadores da Obra Baptista em Portugal, Pastor António Maurício.

Nasceu em 5 de Fevereiro de 1921 na cidade do Porto. Terminou a sua abençoada carreira em 30 de Setembro deste ano de 2008.

O nosso saudoso irmão Paulo Maurício fez parte do pequenino grupo que deu origem à nossa igreja, reconhecida hoje como a Terceira Igreja Evangélica Baptista de Lisboa. No dia 1 de Julho de 1956 ele estava presente para iniciar um abençoado testemunho que perdura até ao dia de hoje. Agradecemos a Deus por ele e pelo seu incansável labor. Dirigiu as obras do nosso primeiro Templo, na altura reconhecido como um dos mais bonitos do país. Até hoje é mantido o logótipo que deu rosto à nossa Igreja. Substituiu o Pastor na sua ausência. Dirigiu a administração financeira num tempo de recursos muito reduzidos, com despesas de aluguer quase incomportáveis. Foi o nosso primeiro organista, preparado numa Escola da Alemanha, que atría muita gente só para o ouvir tocar. Dirigiu por largo tempo, com grande sucesso, a nossa Escola Bíblica Dominical. Na verdade, ele fez parte de toda a vida da nossa comunidade, interessando-se com grande dedicação e amor pelo seu testemunho e crescente desenvolvimento. No meio evangélico, todos nos lembramos do seu entusiasmo pelo Orfeão da Juventude Evangélica Portuguesa, que foi um marco de excelência, num tempo de tremendas dificuldades para o povo das nossas Igrejas. Na vida secular, foi gerente de sucesso numa grande empresa. Na família, foi marido carinhoso e amado, por 63 anos de matrimónio muito feliz.
 
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