sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

PORTUGAL NOVO – O Princípio

No dia 15 de Fevereiro de 1928 surgia em Lisboa, pelas mãos do engenheiro Belarmino J. V. Barata, o jornal da Juventude Evangélica Portuguesa.


De frequência quinzenal, esta publicação foi durante décadas uma referência no meio evangélico em Portugal pela sua qualidade e pela sua amplitude, pois não estava ligada a uma confissão específica, tendo desse modo colaboradores de todos os quadrantes do protestantismo.



Faz hoje oitenta anos.
*Peço desculpa pela qualidade das imagens.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Esperança, Augusto (n. 1928)

Augusto de Almeida Esperança nasceu em 8/2/1928 em Pias, concelho de Serpa, mas cedo vem viver para o Carrascal, Sintra, onde conhece o evangelho e se converte. Depois de terminar o curso dos Liceus entra para o Seminário de Carcavelos, onde estuda teologia, estudos que vem a completar com a Licenciatura em Estrasburgo, França (Novembro de 1952 a Agosto de 1953). Mais tarde, já pastor da Igreja Presbiteriana de Lisboa, Esperança faz uma pós graduação em Teologia, em Boston, EUA (1965-66).

Antes de completar a licenciatura, porém, já Augusto Esperança punha a sua vocação ao serviço da Igreja. Augusto Esperança serve de 9/12/1950 até 30/4/1951 na Igreja do Mirante, Porto, no quadro duma solicitação feita pela Igreja Metodista Portuguesa à Junta Presbiteriana de Cooperação, e depois, ainda como evangelista, na Igreja da Figueira da Foz (30/4/1951 a 7/10/1951) e na Igreja Presbiteriana do Salvador, no Montijo (7/10/1951 a 30/9/1952). Ordenado pastor em 29/10/1952, durante o 1º Sínodo da IEPP, na Igreja Evangélica Lisbonense, Augusto Esperança vai, depois de completar os estudos em França, servir na Igreja da Ajuda (Agosto de 1953 a 15/10/1953) e na ilha de S. Miguel, açores, (15/10/1953 – 22/7/1956), onde é muito apreciado e bem sucedido. Regressado dos Açores, Esperança passa a ser responsável pela Igreja da Figueira da Foz, de que toma posse em Setembro de 1956 e onde fica até Setembro de 1960. Eleito Moderador do Sínodo em 1959, Augusto Esperança é colocado na Igreja Presbiteriana de Lisboa (Rua Tomás da Anunciação), onde fica até 1969 e onde desenvolve um trabalho pastoral e evangelístico notável.

Augusto Esperança foi presidente da Aliança Evangélica Portuguesa (1967-69), tendo nessa qualidade promovido uma importante campanha de evangelização no Pavilhão dos Desportos (actual Pav. Carlos Lopes), em Lisboa. Em 1969 foi nomeado secretário da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira que, sob a sua direcção, se transforma em Sociedade Bíblica de Portugal. Na Sociedade Bíblica Augusto Esperança faz assinalável obra, pois, além de autonomizar o trabalho criando a SBP (18/1/1989), consegue adquirir uma sede adequada na Rua José Estêvão, 4-B, em Lisboa, e formar uma comissão de tradutores que prepara uma nova versão da Bíblia em português corrente, que, depois de editada, foi muito bem recebida. Esperança deixa a Sociedade Bíblica de Portugal em Setembro de 1997, data em que se aposentou.

Esperança foi ainda, durante quase trinta anos, representante dum trabalho de diaconia que a EPER (Entraide Protestante de l’Église Reformé Suisse) manteve em Portugal através da IEPP, e que beneficiou milhares de crianças, chegando a haver cerca de 700 inscritas por ano. Foi ainda o Vice-Presidente da Comissão Executiva da IEPP entre 1996 e 2002.
É casado com a Dra. Felícia Fiandor Esperança, de quem teve dois filhos.

Homenagem da Sociedade Eduardo Moreira nos oitenta anos do pastor Augusto Esperança.

Moreira, Eduardo (1886-1980)


Eduardo Henriques Moreira nasceu na cidade de Lisboa no ano de 1886, vindo a falecer em Paço d’ Arcos noventa e quatro anos depois, precisamente no ano de 1980.

Os pais do escritor, do professor de escola dominical, do escoteiro e um dos fundadores do escotismo em Portugal, do evangelista, do poeta, do empregado de escritório, do jornalista, do presbítero, do pastor, do assistente espiritual a reclusos, do nomeado capelão do Exército Português em 1917, do vereador e vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, do historiador, do secretário-geral da União Cristã da Mocidade do Porto e posteriormente acemista, do ilustrador, do mação, do cónego Eduardo Henriques Moreira, foram José Henriques Moreira e de Maria dos Anjos Henrique Moreira.

Concluída a instrução normal na cidade de Évora, Eduardo Moreira, a par do emprego, estuda no Ateneu Comercial, no Instituto Real de Lisboa, com os Professores Rosa Machado, Damasceno Nunes e Rosa Belo, entre outros. Aprendeu o grego e, com Erasmo Braga, recebeu alguma luz do hebraico. Livre do serviço militar, contraiu casamento, em 1907, com Laura Rosa Ferreira de Almeida, que lhe daria três herdeiros: Gustavo Adolfo Henriques de Almeida, Ernesto Rodolfo Henriques de Almeida e Maria Elisama de Almeida Moreira , a única que continua vivente e com mais de noventa anos de idade. Eduardo Moreira casou em segundas núpcias com Laura de Campos e Castro, da qual não deixou herdeiros.

Para além dos diversos cargos que ocupou, como acima referimos, começou a aprofundar matérias teológicas desde verdes anos, aliando o seu nome a congressos e a diversas revistas evangélicas, a missões em Africa, à Sociedade Bíblica, à Aliança Evangélica Portuguesa, ao Instituto Histórico do Minho e à Universidade de Coimbra. Foi ministro das igrejas Congregacional, Presbiteriana e Lusitana.

Desde os seis anos de idade que Eduardo Henriques Moreira se inclinava para as letras e esta foi a sua grande paixão. Assim, fundou vários jornais e publicou dezenas de trabalhos literários. O Comendador Manuel dos Santos Guerra, em 1980, dizia que Eduardo Moreira “deveria ser o protestante português mais importante do século XX, e talvez, um dos maiores na Europa”.

Bibliografia:
Portugal d’ Aquém e d’ Além Mar, Dezembro,1979.
Portugal Evangélico, Abril/Maio, 1980.
Manuel Pedro Cardoso, Sempre Pronto, Maio, 1980
Novas de Alegria, Junho, 1980.

Apresentação

Quem somos:

A Sociedade Eduardo Moreira é um grupo informal criado em 2006 com o objectivo de estudar, debater e divulgar a história do Protestantismo em Portugal. À nossa sociedade demos o nome de “Eduardo Moreira”, figura incontornável do pioneirismo protestante português e cuja obra deixou importante testemunho do estabelecimento das primeiras confissões protestantes em Portugal e do respectivo impacto social.

A Sociedade Eduardo Moreira é um grupo informal sem orgânica associativa. Os seus membros têm contribuído académica e profissionalmente para a promoção da história do Protestantismo, daí, por afinidades ao âmbito do seu estudo, encontram-se regularmente.

A associação à Sociedade Eduardo Moreira é feita por meio da afinidade. Deste modo, os membros sugerem ou convidam outros a integrar ou a colaborar com o grupo.

Membros da Sociedade Eduardo Moreira e autores do Pioneiro Protestante:

António Costa Barata
David Valente
Luís Aguiar Santos
João Paulo Henriques
Rúben Baptista de Oliveira
Timóteo Cavaco

O que fazemos:

A Sociedade Eduardo Moreira reune-se regularmente para debater temas, realiza e participa em conferências e edita artigos e o Pioneiro Protestante.~

Pioneiro Protestante:

O Pioneiro Protestante é o órgão informativo da Sociedade Eduardo Moreira. Embora tenha o formato de blog, pretendemos que este suporte evolua para um sítio informático que possa conter os principais conteúdos sobre a história do Protestantismo em Portugal e um arquivo bibliográfico e documental sobre o tema.

Os textos aqui colocados são propriedade intelectual dos autores, não devendo ser reproduzidos sem a autorização dos mesmos.

Contactos:
Comentários, sugestões, artigos, estórias, eventos, efemérides, fotos e todo o tipo de colaborações são bem-vindas através do e-mail
o.pioneiro.protestante@gmail.com


[Texto de João Paulo Henriques]
 
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